Ele vestia um jeans confortável, uma camiseta larga e amassada. Levava em seus pés uma sandália plástica, dessas bem confortáveis. Em seu bolso um cartão de banco, sua carteira de motorista e suas chaves. Seu chaveiro era de plástico, uma réplica idêntica as sandálias. Passava despercebido, se não fosse seu perfume. Agradável, amadeirado. Ofuscado pelo perfume forte do desodorante esportivo e do creme hidratante, que acalmava sua pele avermelhada pela manhã debaixo do sol. Eram 19:00 quando desceu do edificio. Cruzou a rua, e seguiu em direção a padaria. Seu objetivo: pães, coca-cola e chicletes.
Calmamente buscou em seu bolso as moedas que faltavam para completar o maço de cigarros que acabava de comprar; Ai está! Os tais 0,25 centavos que me restam! Disse ela ao caixa, compenetrado na partida de futebol que era televisionada. Este, não percebeu o tom jocoso com que fora tratado pela fumante. Vestida de calça saruel branca e um top amarelo gema, seguiu em direção à praia. Objetivo: Queria fumar em frente ao mar. Não conseguiu chegar a calçada.
- Já estou iiiindúúú.... Disse ao avô que gritava escada abaixo: "Vais buscar meu antiácido e não se esqueças que estou cá de olho em você, oras!"
Pensativo e com olhar penetrante, o jovem seguiu rápido em direção ao primeiro comércio que imaginava encontrar o tal antiácido. Pensou na padaria. Ao chegar se deparou com um rapaz no chão, de calça jeans e sandálias, tentando reanimar uma mulher de calça branca e blusa amarela. Havia muita gente em volta e notou apenas uns chicletes jogados no chão, uns pãezinhos que rolavam em direção à guia e um maço de cigarros pisados. Pediu ao caixa o antiácido. Este o entregou sem que o olhasse nos olhos. Na tela, marcavam um gol. Sua expressão era de desagrado. O jovem voltou-se para a saída e entre as pernas de uns e outros via a tal moça sendo observada. O rapaz lamentava alguma coisa, enquanto buscava no chão seus pertences.
O avô havia visto tudo do alto, pela janela do edifício. Ao olhar para o jovem disse: O que vistes lá embaixo ópá? Laconicamente o jovem apenas acenou dizendo: "Alguem deixou algumas coisas cairem no chão e uma mulher caiu também, não sei bem... Havia uns cigarros... Tome aqui seu remédio! Ah, vou aproveitar e ler seu jornal... Quem sabe encontro um fato interessante que tenha ocorrido.
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