sexta-feira, 11 de novembro de 2011
O último aplauso
Foi no início da década de 1990. Mais um dia de tormento para o garoto que odiava acordar cedo. Dirigia-se para a escola, como o prisioneiro que caminha em direção à câmara de gás. Mais um dia de atividades, e a professora resolveu pedir aos alunos que apresentassem um trabalho de pintura, para a aula de artes. Deveriam, portanto, pintar um desenho que apresentava uma série de subdivisões; de modo intercalado, em algumas destas subdivisões continham pontos. - Pintem apenas onde há um pontinho - insistia a professora. Era um grande enigma, pois, tratava-se de um emaranhado de divisões e pontos, que confundia os alunos. Ao final, descobririam qual era o desenho. O prisioneiro resolveu pintar cada um dos pontos com cores diferentes; ao final surgiu uma verdadeira piscodelia em forma de papel e lápis de cor. Entregou a professora que, prontamente, socializou com os demais. - Vejam isso! Ele resolveu pintar cada divisão de uma cor diferente. São dois passarinhos, um ao lado do outro, sobre um galho de árvore. Muito bem! Palmas para ele, alunos! E foi o último aplauso.
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2 comentários:
Que pena que nos tornamos adultos, perdemos a sensibilidade da imaginação, do sentimento puro e damos de cara com a dureza da vida. Que nem sempre é bonita.
Ou não...
Verdade Talita. A cada minuto, um soco na boca do estômago.
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